28/02/2013
O empresário americano Dennis Tito, que em 2001 ficou famoso ao tornar-se o primeiro turista espacial da história, surpreendeu mais uma vez. Ele anunciou ontem que pretende mandar um casal para Marte em 2018.
A dupla, na verdade, não chegaria a pousar em solo marciano. Eles só se aproximariam bastante do planeta vermelho, retornando à Terra pouco depois.
Tito não deu detalhes do processo seletivo, que deve incluir só cidadãos americanos. O conceito da nave, que deverá ser inspirado na cápsula Dragon, da empresa privada Space-X, também é incerto, assim como o foguete usado para o lançamento.
A empresa só afirma que a cápsula terá um módulo habitável que será inflado quando a nave estiver no espaço.
| Editoria de arte/Folhapress | |
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Para executar a missão, cujo custo é estimado em US$ 1 bilhão, Tito criou a Inspiration Mars Foundation. A organização conta com consultoria científica de nomes de peso da astronáutica, além de uma parceria com a agência espacial americana.
A ONG afirmou que programou a missão para 5 de janeiro de 2018 para aproveitar "uma janela de oportunidade" que deixará Terra e Marte mais próximos do que o habitual, reduzindo a viagem.
Em vez dos cerca de 20 meses esperados, a viagem de ida e volta duraria 16 meses.
"A distância entre a Terra e Marte varia bastante. Ambos orbitam o Sol e, às vezes, cada um está de um lado do astro. Em janeiro de 2018, além de os dois planetas estarem do mesmo lado, suas órbitas também permitirão um ponto de aproximação", afirma Alexandre Cherman, astrônomo da Fundação Planetário do Rio.
Dennis Tito, 72, que começou sua carreira como engenheiro da Nasa, mas fez fortuna criando uma empresa de investimentos, afirmou que a decisão de levar um casal tem vários motivos.
Além de não dar prioridade a um dos gêneros neste momento histórico, a companhia também deve ser útil quando a solidão bater.
"Quando você estiver bem longe, e a Terra for um pequeno pontinho azul, você vai precisar de alguém para abraçar", disse ele em entrevista ao site Space.com.
Provavelmente, os escolhidos terão mais de 40 anos, uma vez que ainda não estão claras as complicações que a exposição prolongada à radiação cósmica pode provocar no sistema reprodutivo.
Uma pesquisa recente patrocinada pela Nasa mostrou que, com as atuais tecnologias, ir a Marte traria riscos à saúde, como danos ao sistema nervoso central.
A fundação disse que investirá muito em pesquisa e que 2018 será um ano de baixa atividade no Sol, o que diminui os impactos da radiação. Tito, no entanto, já adiantou que não pretende embarcar dessa vez.
fonte:
http://www1.folha.uol.com.br